quarta-feira, 4 de abril de 2018

Valorização dos profissionais

Quando eu era criança e adolescente sempre ficava triste pois muitas vezes as pessoas me achavam estranho. Éramos jovens, então natural que alguns de nós sempre olhássemos para outros como um “bicho esquisito”. Contudo, isso mudava em um momento: quando algo que eu faço estava em foco. Ou seja, no meu caso o desenho. 
Era um fenômeno. A galera nem ficava falando tanto comigo (eu era como agora, vivia falando de anime e mangá), só que o professor falava “hoje tem trabalho com desenho”... O pessoal se virava para mim! Naquela época nem ligava muito, só agora notei que eu era interessante, só quando era útil.
Isso é errado. Ok. Éramos crianças. Só que esse comportamento continua por muito tempo. A prova está nos adultos que simplesmente aparecem dizendo “faz um desenho para mim”. E quando falo para eles o preço de meu trabalho não dizem nada. Mas na cabeça eu imagino o que pensam. Caro demais para algo tão simples.
Contudo, eu sempre falo que se não gostou, a pessoa acha algo melhor. Tenho dezenas de amigos artistas ao qual essa pessoa pode optar. Francisco Machado, Bertho Horn, Miriam Cristina, Tolito Eduardo, Cidão, Baroni... Entre tantos outros. Só que essas pessoas que não querem mais meus desenhos nunca sabem o quanto me esforcei com essa fina arte que é o desenho.
Fiz quatro cursos. Com Sandro Camargo, Bertho Horn e Cidão em Santa Isabel. E um em São Paulo com Cláudio Imamura. Atualmente, faço curso de desenho com Miriam Crsitina. De novo. Uma das únicas rendas que tenho é relativa aos meus desenhos. Já que meus livros não vendem tanto.
Sem contar o gasto com material. Para fazer a pele de uma pessoa clara, por exemplo, necessita de uma cor de rosa específico. O mesmo para pessoas morenas. E se aquele lápis fica curto, o que fazemos? Temos que comprar uma caixa completa daquela coleção POR CONTA DE UM ÚNICO LÁPIS. Não vou nem colocar na conta quanto custa uma caneta nanquim recarregável e a tinta dela.
Nem preciso falar das vezes em que tenho de me desdobrar ao desenhar, pois um desenho precisa bastante da cor preta. Isso pois tenho que pintar ele e fazer com que a roupa se diferencie do cabelo por exemplo. Cara isso demanda horas ou minutos, mas acredite, é complicado demais.
Ai vai aparecer alguém falando “Luis você já fez desenho para pessoas de graça!”. Sim eu fiz. Pois eu quis! Ninguém ficou me enchendo falando para fazer um desenho. Só que se quer um argumento melhor e mais bem definido... Bem a propaganda é a alma do negócio meu camarada. Acredite.
Já fiz desenhos de pessoas famosas como Fluvia Lacerda (modelo plus size) e Cristina Sccabia (vocal do Lacuna Coil). Além de pessoas que acho bonitas ou que considero como excelentes artistas. Mas isso é como uma “propaganda gratuita”. A pessoa vai curtir e divulgar seu trabalho. É algo justo ao meu ver.
Por isso, eu escrevo isso a vocês: valorizem o trabalho do desenhista, pintor, escritor, músico, ator, ou quem for! Ele se dedicou e estudou seu trabalho. E quase sempre quando se sente feliz ou triste isso afeta sua obra final. Então, se ele for bom e justo, por que não valorizar ele. Com mais que um “tapinha nas costas”.

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